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Manifestação de estudantes em Buenos Aires a favor das universidades públicas
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Senado da Argentina aprova aumento para universidades

E impõe derrota histórica ao governo de Javier Milei

Senado da Argentina: Em um movimento político inesperado, o Senado da Argentina aprova aumento para universidades públicas e dá um claro sinal de resistência às políticas de austeridade do presidente Javier Milei.

A decisão, que ocorreu no dia 29 de maio de 2025, representa a primeira grande derrota legislativa do governo desde sua posse, e sinaliza uma mudança importante no cenário político do país.

A medida aprovada não apenas amplia os salários de professores e funcionários, como também reforça o orçamento geral das instituições federais de ensino.

Mais do que uma simples pauta orçamentária, o projeto virou símbolo de uma disputa ideológica entre o governo libertário de Milei e os setores ligados à educação e à democracia participativa.

Senado da Argentina: O que foi aprovado?

O projeto de lei, que já havia sido encaminhado pela Câmara dos Deputados, passou no Senado por uma margem considerada expressiva: 39 votos a favor e 29 contra.

  • Reajuste de salários para professores e servidores das universidades públicas federais;
  • Reforço de verbas para infraestrutura e manutenção dos campi;
  • Apoio financeiro a programas de pesquisa e extensão;
  • Garantia de que os valores sejam corrigidos anualmente com base na inflação oficial.

Essa decisão acontece em meio a uma profunda crise econômica na Argentina, o que torna a aprovação ainda mais significativa.

Senado da Argentina: Como o governo reagiu?

O governo de Javier Milei, que assumiu com uma agenda de corte de gastos públicos, especialmente nas áreas sociais, reagiu com duras críticas à decisão. Segundo porta-vozes do presidente, o projeto “atenta contra a estabilidade fiscal” e “é irresponsável em um momento de ajuste econômico necessário”.

A tentativa de vetar o projeto foi frustrada, já que o Senado o aprovou com votos inclusive de setores considerados aliados do governo. Dessa forma, Milei enfrentou sua primeira derrota política institucional desde o início do mandato, o que pode abrir precedentes para futuras pressões parlamentares.

Um revés histórico

Desde 1994, nenhum presidente argentino havia sofrido uma revogação ou bloqueio direto de decreto presidencial por parte do Congresso. Portanto, a derrota de Milei representa um marco histórico na democracia argentina, reafirmando o papel do Senado como contrapeso ao poder Executivo.

Além disso, esse resultado foi comemorado por estudantes, professores e ativistas sociais, que há semanas vinham pressionando o governo por meio de protestos, passeatas e campanhas nas redes sociais.

A crise nas universidades públicas

Antes da aprovação, as universidades enfrentavam um cenário crítico. Cortes orçamentários haviam afetado desde pagamento de contas básicas de energia até projetos de pesquisa internacional.

Muitas instituições chegaram a reduzir turnos de aula, enquanto outras cogitavam suspender o segundo semestre de 2025.

Mobilização popular: um fator decisivo Senado da Argentina

Ademais Estudantes universitários, professores e cidadãos em geral ocuparam praças, avenidas e redes sociais com a hashtag #EducaciónSinRecortes.

Aliás, a pressão popular foi fundamental para que senadores indecisos se posicionassem a favor do projeto.

As consequências políticas para Milei

Ainda que o presidente mantenha parte do apoio popular, especialmente entre grupos que defendem o liberalismo econômico radical,Embora a derrota no Senado pode enfraquecer sua governabilidade. Isso porque mostra que sua base no Congresso não é sólida o suficiente para aprovar ou manter reformas impopulares.

Além disso, setores moderados da sociedade, que antes viam Milei como uma alternativa à polarização tradicional, agora começam a se distanciar de suas posturas consideradas autoritárias e antissociais.

A valorização das universidades públicas na América Latina

Devido a isso O episódio argentino também reacende o debate sobre o papel das universidades públicas na América Latina. Por isso Países como Brasil, Chile, Colômbia e México têm enfrentado dificuldades semelhantes, muitas vezes por conta de políticas de austeridade.

Contudo, especialistas defendem que cortar investimentos em educação superior é comprometer o futuro de uma nação, já que as universidades são centros de inovação, pesquisa e formação cidadã.

Como resultado

O fato de que o Senado da Argentina aprova aumento para universidades públicas não é apenas uma decisão orçamentária. Além disso, revela que, mesmo em governos com discurso disruptivo e agressivo como o de Milei, a democracia ainda possui mecanismos de equilíbrio e proteção aos direitos sociais.

Por fim, o episódio demonstra que a pressão popular e a organização social continuam sendo ferramentas eficazes na defesa da educação, da ciência e da soberania cultural de um país.

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🔗 Informações oficiais: Ministério da Educação da Argentina