“Napoleão” é uma superprodução histórica que acompanha a trajetória meteórica de Napoleão Bonaparte, desde seus primeiros momentos como estrategista militar até sua queda definitiva após a Batalha de Waterloo. O filme explora, com riqueza de detalhes, suas conquistas, suas derrotas e o relacionamento conturbado com Josefina. Esta análise foca exclusivamente nos acontecimentos retratados no filme, detalhando passo a passo o desenrolar da narrativa.
A ascensão do comandante
O filme começa com a decapitação da Rainha Maria Antonieta durante a Revolução Francesa. Nesse contexto de caos político e social, surge Napoleão, ainda um jovem oficial do exército, com ambição e frieza estratégica.
Ele logo demonstra seu talento militar ao liderar a artilharia francesa durante o cerco a Toulon. A vitória não apenas garante sua promoção, mas também o coloca no radar do novo governo revolucionário. A partir desse ponto, fica claro que Napoleão não é apenas um soldado; ele é alguém com sede de poder e prestígio.
Além disso, a relação com Josefina de Beauharnais começa a se desenvolver, misturando paixão, insegurança e manipulação. Essa ligação será central para muitas de suas decisões ao longo do filme.
Campanhas militares e a coroação
Posteriormente, o filme retrata as campanhas italianas, onde Napoleão derrota uma coalizão de forças austríacas. Essas vitórias são representadas com cenas de batalhas grandiosas, onde vemos o uso tático e a confiança quase arrogante do general.
De forma impressionante, Napoleão retorna à França como herói. Ele então dá o passo mais ousado de sua carreira até então: o golpe de Estado do 18 de Brumário, assumindo o poder como Cônsul.
Em seguida, vemos sua coroação como Imperador. Importante destacar que ele mesmo coloca a coroa sobre sua cabeça, num gesto que simboliza seu desejo de controlar o próprio destino e não se submeter nem mesmo à Igreja.
O imperador e seus domínios
Com o título de Imperador, Napoleão expande o território francês como nunca antes. O filme passa por eventos como a Batalha de Austerlitz, uma de suas vitórias mais marcantes. Aqui, os elementos visuais se destacam, mostrando a astúcia com que ele engana os exércitos inimigos, atraindo-os para o terreno desfavorável e esmagando-os com força decisiva.
Contudo, com o tempo, as consequências de seu domínio autoritário começam a emergir. Ainda que continue a vencer batalhas, sua obsessão por controle e a instabilidade de seu casamento com Josefina começam a se refletir em sua liderança.
Apesar disso, ele decide se divorciar de Josefina para se casar com Maria Luísa da Áustria, com o objetivo de ter um herdeiro e solidificar sua linhagem imperial. Essa escolha marca o início de uma série de decisões controversas.
A invasão da Rússia: o início do declínio
Mesmo com alertas de seus generais e aliados, Napoleão invade a Rússia. A sequência da campanha russa é brutal. O filme mostra o exército francês marchando até Moscou, apenas para encontrar a cidade incendiada pelos próprios russos.
Com suprimentos escassos e temperaturas congelantes, a retirada torna-se um pesadelo. Soldados morrem aos milhares. Este momento marca a primeira grande derrota de Napoleão e o enfraquecimento de sua autoridade. Ao retornar à França, ele encontra o povo dividido e as potências europeias ganhando força. Ainda assim, Napoleão continua tentando manter o controle, o que o leva à Batalha de Leipzig, onde sofre nova derrota.
Exílio em Elba e retorno triunfante
Como resultado das derrotas acumuladas, Napoleão é exilado na ilha de Elba. O filme apresenta esse momento com tons de melancolia e orgulho ferido. No entanto, ele consegue escapar e retornar à França, sendo recebido com entusiasmo por parte do exército e da população.
Essa fase, conhecida como os Cem Dias, é retratada com urgência e tensão. Napoleão retoma o poder rapidamente e se prepara para enfrentar as potências europeias mais uma vez.
Batalha de Waterloo: o fim definitivo
A Batalha de Waterloo é o ponto culminante do filme. Napoleão, embora ainda genial, subestima as forças adversárias e comete erros estratégicos fatais. A batalha é longa, intensa e sangrenta.
Enquanto seus comandantes tentam reorganizar as tropas, a chegada dos prussianos vira o jogo contra o exército francês. Napoleão observa, impotente, a ruína de seu sonho imperial.
Exílio final e morte
Após sua derrota, Napoleão é capturado e enviado para a Ilha de Santa Helena. O filme mostra sua deterioração física e emocional nesse período. Isolado, ele reflete sobre suas escolhas, vitórias e erros. A narrativa termina com sua morte, encerrando o ciclo de um homem que foi, ao mesmo tempo, temido, admirado e odiado. O filme deixa claro que, apesar de tudo, Napoleão mudou para sempre a face da Europa.
Por fim
“Napoleão” é um retrato cinematográfico poderoso da ascensão e queda de uma das figuras mais emblemáticas da história. O filme consegue equilibrar cenas de batalha espetaculares com momentos íntimos e decisivos, sem romantizar os erros do imperador. Ao focar na linha do tempo dos acontecimentos, o espectador é levado por uma narrativa envolvente, densa e, por vezes, trágica.
Sem dúvida, “Napoleão” é uma obra que merece ser assistida com atenção, pois oferece uma visão dramatizada, mas coerente, dos eventos que moldaram o destino da Europa no século XIX.