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Jair Bolsonaro prestando depoimento ao Supremo Tribunal Federal em 10062025
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Julgamento de Jair Bolsonaro no STF:

Tudo Sobre o Depoimento Histórico no Caso de Tentativa de Golpe

julgamento de Jair Bolsonaro Nesta terça-feira, 10 de junho de 2025, o Brasil viveu um momento histórico. O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do processo que o investiga por uma suposta tentativa de golpe de Estado. O caso está entre os mais relevantes da história democrática recente do país e marca um divisor de águas na relação entre as instituições, os militares e a política nacional.

Ao longo deste artigo, vamos entender os principais pontos do julgamento, o que Bolsonaro declarou, como o processo chegou até esse ponto, o impacto político do caso e o que pode acontecer a seguir.

Como começou o processo contra Jair Bolsonaro?

Após a derrota nas eleições presidenciais de 2022, Jair Bolsonaro passou semanas recluso e só reapareceu publicamente após o dia 8 de janeiro de 2023, quando houve os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. Mas A partir daquele momento, investigações da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República começaram a apurar a possível articulação de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Essas investigações revelaram trocas de mensagens, reuniões com militares e assessores próximos, além de rascunhos de decretos de Estado de Defesa que poderiam, em tese, ser usados para invalidar o resultado eleitoral e manter Bolsonaro no poder. O ex-presidente sempre negou envolvimento direto, mas o cerco jurídico foi se fechando nos últimos dois anos.

O que aconteceu no depoimento de hoje?

No julgamento de hoje, o ex-presidente respondeu a uma série de perguntas feitas por ministros do STF, membros do Ministério Público Federal e advogados de acusação e defesa. Bolsonaro, em seu depoimento, negou que tivesse organizado um golpe, mas reconheceu que discutiu com seus assessores “alternativas constitucionais” para questionar o processo eleitoral.

Portanto Segundo ele, “houve uma série de sugestões” apresentadas por aliados, incluindo militares da reserva, que o incentivaram a usar o Artigo 142 da Constituição Federal, que trata da atuação das Forças Armadas. Bolsonaro, porém, declarou que “jamais deu ordens ou tomou providências práticas” para que qualquer ação golpista fosse efetivada.

Trechos marcantes do depoimento:

  • “Recebi conselhos de muitos lados. Ouvi mais do que falei.”
  • “Jamais desejei um rompimento institucional. Meu compromisso sempre foi com a Constituição.”
  • “O que aconteceu no dia 8 de janeiro não teve minha participação, direta ou indireta.”

Quem mais está envolvido no processo?

O julgamento de Jair Bolsonaro ocorre dentro de uma investigação mais ampla que envolve:

  • Ex-ministros do governo Bolsonaro, como Anderson Torres (Justiça), Braga Netto (Casa Civil e Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional);
  • Altos oficiais das Forças Armadas, suspeitos de compactuar com planos para apoiar um eventual rompimento democrático;
  • Influenciadores digitais e empresários bolsonaristas, que teriam contribuído com a disseminação de desinformação e apoio logístico para atos antidemocráticos.

Até agora, ao menos 18 pessoas já se tornaram rés formais no inquérito, e cinco acordos de delação premiada foram firmados.

O que a acusação afirma?

Porém O Ministério Público Federal sustenta que houve uma articulação organizada para subverter a ordem democrática. O plano, segundo a acusação, incluiria:

  • Desacreditar o sistema eleitoral;
  • Pressionar o Supremo Tribunal Federal;
  • Convocar atos populares com pautas golpistas;
  • Elaborar decretos inconstitucionais para instaurar Estado de Defesa;
  • Mobilizar forças militares favoráveis à manutenção de Bolsonaro no poder.

A acusação cita documentos apreendidos, mensagens interceptadas, vídeos e áudios como provas desse suposto plano.

A linha de defesa de Bolsonaro

Já a defesa de Bolsonaro afirma que tudo não passa de uma tentativa de criminalização da oposição política. Os advogados sustentam que o ex-presidente apenas exerceu seu direito de crítica e que não há ato concreto que comprove a execução de um golpe.

Além disso, a defesa alega que muitos dos documentos mencionados são apenas rascunhos, jamais publicados, e que não passaram de “ideias ventiladas por terceiros, sem qualquer iniciativa prática do então presidente”.

Qual o impacto político do julgamento?

Portanto Independentemente do desfecho jurídico, o julgamento de Jair Bolsonaro já causa impacto no cenário político brasileiro. Mas Veja alguns pontos relevantes:

1. Reforço institucional

Mas O processo reforça o papel das instituições democráticas, especialmente o STF e o Ministério Público, na contenção de abusos de poder e proteção do sistema eleitoral.

2. Polarização acentuada

A polarização entre bolsonaristas e opositores atinge novo patamar, com manifestações sendo convocadas de ambos os lados. Aliados do ex-presidente afirmam que o julgamento tem motivação política, enquanto adversários o veem como justiça sendo feita.

3. Efeitos nas eleições de 2026

Mas Caso Bolsonaro seja condenado, poderá ficar inelegível por até 8 anos, o que pode mudar o cenário para as eleições presidenciais de 2026. Isso abriria espaço para novos nomes da direita e da extrema-direita.

O que pode acontecer a partir de agora?

O julgamento deve seguir por algumas semanas. Os próximos passos incluem:

  • Apresentação das alegações finais do Ministério Público e da defesa;
  • Depoimentos de outras testemunhas;
  • Emissão de parecer da relatoria do processo (ministro Alexandre de Moraes);
  • Votação no plenário do STF.

Se condenado, Bolsonaro pode ser punido com:

  • Inelegibilidade imediata;
  • Multas;
  • E, em caso extremo, pena de prisão, caso se configure crime contra o Estado democrático de direito, conforme o Código Penal atualizado em 2023.

Repercussão internacional

A imprensa internacional está de olho. Veículos como The Guardian, New York Times e El País noticiaram o julgamento como um momento-chave para a democracia na América Latina. Analistas estrangeiros apontam que o Brasil pode se tornar exemplo de como lidar institucionalmente com tentativas de ruptura democrática, se o processo for conduzido com imparcialidade e firmeza.

Em resumo

O julgamento de Jair Bolsonaro representa um dos capítulos mais importantes da história política recente do Brasil. Mais do que responsabilizar ou absolver um ex-presidente, o processo testa a força das instituições democráticas diante de pressões autoritárias e tenta colocar um ponto final em um ciclo de instabilidade que começou ainda durante as eleições de 2022.

O país inteiro — e o mundo — observa com atenção os próximos desdobramentos. E nós, do Filmes Diários, continuaremos acompanhando de perto cada etapa dessa história.